sexta-feira, 4 de novembro de 2011

AOS DEFENSORES: Nota de Esclarecimento



A Secretaria Especial dos Direitos Animais (SEDA) vem tornar público fatos relacionados ao cão chamado Spike, que motivaram manifestações de protetores e simpatizantes da causa animal. Primeiramente, cabe esclarecer que trata-se de um cão bravio e por estar há muito tempo acorrentado pela família guardiã, moradora da Vila Farrapos,  não lhe garantia as mínimas condições de sobrevivência. Os maus tratos chegaram a tal ponto que a corrente penetrou no seu pescoço.

Ao contrário do que circulou pelas redes sociais no último final de semana, em nenhum momento a SEDA se omitiu ou negligenciou a questão. Esta Pasta, apesar de ainda contar com uma pequena estrutura para atender demandas cada vez maiores e mais graves, muitas vezes até desconhecida da população, está ciente de suas responsabilidades. 
O drama do cão chegou ao conhecimento da SEDA através de uma denúncia feita em 27 de outubro. No dia seguinte, o fiscal  médico-veterinário Felipe Silveira da Silva foi até a casa da família. A única pessoa que habitualmente consegue chegar perto de Spike é o seu proprietário. Além disso, ele só não foi removido do local no mesmo dia porque o responsável estava trabalhando como ajudante de obras, na Lomba do Pinheiro, e, portanto, não havia a concordância e autorização do chefe da família para o deslocamento do animal .

Profissional competente, Felipe Silva se aproximou do cão, o anestesiou e retirou, um a um, os elos da corrente. Imediatamente o pescoço foi lavado com solução fisiológica para a retirada do tecido doente e aplicado medicamento apropriado, cicatrizante. O animal também foi medicado com analgésicos e antiinflamatório injetáveis, de longa duração. Além de disponibilizar comprimidos para serem ministrados ao longo do final de semana, o médico-veterinário entendeu que somente fechando o recinto com tábuas, as quais seriam removidas quando o dono do animal chegasse em casa, à noite , impediria uma nova tentativa de acorrentamento por parte da esposa do proprietário. Se assim não o fizesse, e, na possibilidade dele agredir algum ser humano ao despertar da anestesia, o médico-veterinário, Felipe, poderia ser responsabilizado criminalmente.
A SEDA entende que os procedimentos de Felipe Silveira da Silva foram corretos ao respeitar critérios éticos, médicos e legais e que, devido à ausência do proprietário no momento do atendimento, não o removeu porque somente com a concordância dele poderia optar por esta alternativa, com vistas à condições mais propícias para uma plena recuperação.
A Secretaria lamenta o fato e alerta que as informações repassadas à rede de proteção animal tenham sido divulgadas incompletas. O poder público tem, acima de tudo, responsabilidade perante seus atos e deve prezar por eles, o que lhe impede, em muitas ocasiões, agir como particulares em seus livres arbítrios, e, portanto,  respeita a propriedade dos cidadãos.
A equipe técnica da SEDA coloca-se à disposição para dar seqüência no atendimento do Spike e na sua posterior adoção.


*Matéria divulgada no Boletim Informativo da SEDA em 04.11.2011


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