terça-feira, 17 de abril de 2012

Comentário de CARLOS AUGUSTO RAMOS sobre a fala de PAULO SANTANA, jornalista do Jornal Zero de Porto Alegre, sobre o assassinato da cadela Pitbull no Campus da UFRGS

Sr. Santana,

O sr. realmente arvorou-se como o inimigo número 1 dos animais.


Além de ser um defensor intransigente dos maus-tratos e do assassinato de pitbulls, conforme o sr. já deixou claro, quando de forma oportunista e espalhafatosa fez a sua coluna "Cães Assassinos", a qual desmontei linha à linha (Até hoje aguardo sua resposta...), quando do trágico episódio de Capão da Canoa, vem o sr. novamente mostrar toda a sua arrogância e desprezo para com esses animais, ao defender o crime cometido contra um cão no campus da UFRGS.

Seguem minhas contestações em vermelho:

 "Chego e deparo com uma notícia intrigante: um vigilante da Rudder matou com um tiro de revólver na cabeça uma cadela pitbull.
Então, só pode ter sido legítima defesa.


Como é que alguém, ainda mais um jornalista (creio que seja, desconheço se o sr. tem alguma formação na área...), pode vir "à priori" defender que o assassinato do animal foi em legítima defesa ?
 O sr. não tem nenhum dado, nenhum fato, nada de concreto que lhe permita dizer uma coisa dessas.
A sua conclusão precipitada é baseada somente no seu preconceito e ódio devotado aos cães das raças pitbull e rotweiller, o que coloca a sua conclusão sobre forte SUSPEIÇÃO, pois não é isenta.
Já que o sr. se arroga no direito de fazer essa conclusão precipitada, apenas baseada em uma visão distorcida, preconceituosa e mal-informada (Argumentos que já refutei um a um quando da sua coluna "Cães Assassinos"...), vou dar aqui minha versão dos fatos, baseado nos meus próprios preconceitos:
Em minha opinião não foi legítima defesa. O que ocorreu foi que o vigilante, mal-remunerado, mal-treinado, com nível de instrução baixo, psicologicamente sem condições de portar uma arma, leitor assíduo da coluna do sr. Paulo Santana, foi influenciado por este a temer os cães da raça pitbull, depois que o "suposto" jornalista fez uma coluna sensacionalista (Cães Assassinos), eivada de preconceitos, de inverdades e desinformação, praticamente instigando a sociedade gaucha ao extermínio e aos maus-tratos contra esses animais. O referido funcionário da Rudder, pessoa de parcos recursos intelectuais e altamente influenciável, passava pelo pátio da universidade, quando viu o pacato animal, o qual convivia harmoniosamente com todos no campus, caminhando normalmente em sua direção e, não teve dúvidas, num ato de desequilíbrio emocional (muito perigoso para alguém que porta uma arma, aliás, esse tipo de acontecimento não é novidade entre nós...) sacou o revólver e matou o cão , sem nenhum motivo justificável, portanto, o fez à sangue-frio e por despreparo, por tanto, cometeu um assassinato.
Pergunto ao senhor se a minha versão vale mais do que a sua.
Respondo: Nenhuma das duas vale NADA, pois nem eu nem o sr. estavamos lá, ambos nos baseamos em nossos próprios preconceitos e/ou experiência sobre cães e vigias armados para concluirmos o que aconteceu, ou seja, fomos LEVIANOS.
De mim, que não vou ter minha contestação publicada em nenhum jornal de grande circulação ainda se perdoa, mas de alguém como o sr., que escreve na Zero Hora, é no minímo uma IRRESPONSABILIDADE, que esconde uma indisfarçável má-intenção.


Se o vigilante me chamar, eu deponho a favor dele no inquérito como testemunha de referência.


FALÁCIA !!!!!
Como já demonstrei acima o sr. está apenas jogando para a torcida, seja menos boquirroto e volte à razão, por favor...
Testemunha do quê, o que foi que o sr. viu para ser testemunha de alguém em alguma coisa ? 
Seu depoimento teria o mesmo valor que o meu, caso eu fosse depor contra o vigilante, afirmando ser ele um assassino despreparado e que matou o pobre animal à sangue frio, ou seja NENHUM valor.
Estariamos ambos cometendo crime de falso testemunho, estariamos depondo falsidades baseados em preconceitos que temos sobre os envolvidos nos fatos e dando a versão dauqilo que gostariamos ou que achamos que deveria ter acontecido. Sendo assim, sr. Santana, até em respeito ao seu passado, seja menos  sensacionalista e atenha-se aos fatos.


E, como sempre, agora ineditamente a pitbull como vítima, o noticiário diz que várias pessoas depuseram que a cadela era mansinha.
Mansinha?


Por que não ?  O animal convivia no campus com todos, inclusive convivia com os alunos em salas de aula e laboratórios. Novamente, o sr. está deixando o seu preconceito e a ignorância sobre os pitbulls falar mais alto que a razão, uma pena...
Quer dizer que o depoimento do vigilante vale mais do que o de todas as outras pessoas que conheciam o animal ?
São todos mentirosos e a verdade está com o vigilante ??? Não me parece ser essa a conclusão, conforme deixarei mais claro adiante...
Leio também que centenas de pessoas protestaram pela morte da cadela pitbull.
No Brasil, acontece uma coisa interessante: qualquer ser vivo que seja assassinado levanta a seu favor uma comoção popular, até uma cadela pitbull. Muitas vezes, mais comoção que a morte de uma pessoa.
Sr. Santana, coerência, por favor (Noto que seu raciocínio não anda muito claro ultimamente...), nos parágrafos acima o sr. afirmou que houve um ato de legítima defesa do vigilante, agora o sr. abre esse parágrafo praticamente rendendo-se à tese contrária de que houve assassinato (Que é a tese que muitos defendem na universidade...). Por favor, decida-se, foi legitima defesa ou foi assassinato ???????????????
Ok., vou concordar com o sr., foi um assassinato.
Mas, nesse caso, não sei porque o seu espanto. Qualquer ser vivo que tenha sofrido maus-tratos ou sido assassinado friamente merece uma comoção popular; ainda mais um animal não-humano que sofre todo tipo de preconceito e de barbárie e que não tem leis realmente aplicáveis, que os defenda, além de ter um articulista de um jornal importante pregando o seu extermínio (Isso não poderia ser enquadrado em alguma lei como crime contra os animais ? Instigação reiterada aos maus-tratos...);
Seja uma pitbull, seja um cavalo, seja um articulista como o sr., é importante que a sociedade não receba a barbárie como se fosse algo sem importância em nossa paisagem. Essas manifestações mostram, para mim, que alguma coisa ainda podemos salvar nessa sociedade hedonista em que vivemos, não acha ??
Essa sua visão ANTROPOCÊNTRICA, de que a sua vida ou de outro ser-humano valha mais do que a de outros habitantes do planeta (A maioria existente na Terra muitos milhões de anos antes do primeiro hominídeo aparecer...) está cada vez mais ultrapassada e defasada.
Creia-me, ela é uma das grandes responsáveis pelos desastres ecológicos e por toda sorte de danos que causamos aos outros seres, que tiveram, coitados, o azar e a desgraça, de ter a nós como parceiros de morada nesse planeta.
Mais uma vez, o sr. me surpreende negativamente.


Agora, esta coluna vai, em primeira e exclusiva mão, dar a versão do vigilahante, a qual consegui porque me interessam todos os casos sobre pitbulls e rottweilers.


Não sei quando o sr. conseguiu essa versão, mas lamento decepcioná-lo, ela NÃO é EXCLUSIVA, já circula em todas as redes sociais desde ontem à noite, sendo assim, ou o sr. é mal-informado, ou, pior, MENTE .


O vigilante declarou que era mais ou menos meio-dia da Sexta-Feira Santa quando ele estava atravessando o pátio da faculdade, com uma marmita na mão, ia esquentar a refeição.
De repente, a cadela partiu em disparada em direção ao vigilante, que foi pronto, houve tempo para que ele puxasse o revólver e atingisse a cabeça do animal, antes que este cravasse suas presas no corpo do guarda. A cadela, assim, morreu quase aos pés do vigilante.


Bem, nesse quesito, tenho a sorte (Ou azar, para o senhor...) de trabalhar para uma empresa terceirizada da UFRGS, que, por sinal, presta serviços naquele campus, inclusive na faculdade de veterinária.
Interessei-me pelo caso e já conversei com os encarregados e o supervisor daquela área e todos foram taxativos em relação ao seguinte:
1- O animal era muito manso e querido por todos os alunos, inclusive a informação de que a cadela frequentava as salas veio desse pessoal que trabalha lá. Todos, sem exceção, gostavam muito dela e dão o mesmo testemunho (Parece que o seu vigilante está sozinho nessa, quer dizer, só com o sr. nessa...);
2- A cadela tinha um defeito em uma das pernas (Não sei se congênito ou de maus-tratos anteriores....), que mal lhe permitia caminhar, quanto mais correr ou mesmo pular em alguém. Isso é um fato comprovável, inclusive em uma autópsia, bem como testemunhado por dezenas de pessoas.
No mais, sr. Santana, já se diz que há um vídeo das câmeras de monitoramento que desmontam totalmente a versão do vigilante e que já está com a direção da faculdade. Não pude averiguar a veracidade, mas é o que mais se comentou nessa manhã lá no campus do vale.
Diante disso, caro articulista, acho melhor o vigilante tentar mudar um pouco essa versão dos fatos, porque "não cola"... (quem sabe o sr. faz uma outra "exclusiva" com ele, pedindo para ele falar a verdade dessa vez ????...)


Mas ainda disse o vigilante (o mesmo, exatamente o mesmo, dirá à polícia): esta cadela já tinha mordido alguém em março lá na faculdade.


Bem, as pessoas com quem falei, várias de minha empresa que trabalham lá e que conhecem o animal, não sabem nada sobre isso, nunca ouviram falar que a cadelinha tivesse alguma vez mordido alguém lá no campus.
Se o vigilante afirma isso, cabe a ele o ônus da prova, acredito que uma ocorrência dessas teria sido registrada, ou não ??????  Ele testemunhou a suposta mordida ou alguém contou para ele que o amigo da irmã de um primo, viu que aconteceu com um conhecido, cousa e lousa... Piada, né ?
A seu exemplo, vou fazer aqui uma suposição, o vigilante estáMENTINDO de NOVO, tal como quando disse que a cadela veio em disparada na direção dele (Ele não lembrou do pequeno detalhe do defeito na perna, que a impedia de correr).
Creio inclusive, está mais do que na cara, que essa versão nem é dele, é do jurídico da Rudder, que teve tempo, desde sexta-feira para montar todo o "circo" à fim de safar a falta de responsabilidade e de equilíbrio de seu preposto (pena que não lembraram do defeito na perna, hoho...)


Este é o depoimento do vigilante, que esta coluna conseguiu ontem com absoluta exclusividade.


Novamente, a informação não é EXCLUSIVA, delírio seu, apenas...


O vigilante e a empresa Rudder, para quem ele trabalha, organização de vigilância de notável eficiência, estão tranquilos, porque a cadela estava sem focinheira, sem enforcador e sem guia como manda a lei. A dona estava em companhia da cadela e a fera solta no pátio.


Bem, se a empresa em questão tem notável eficiência ou não é somente sua opinião, aliás, uma opinião bem tendenciosa. 
A minha experiência como cliente de empresas de segurança, que não é pouca, não me permitem esse seu entusiamo de torcedor.


Isto serve de aviso aos donos de pitbulls: essa raça, sem enforcador e sem focinheira, é perigo máximo, mais gente vai atirar nesse tipo de cão se o animal atacar.


Concordo com o sr., enquanto desequilibrados estiverem portando armas, não só os pitbulls terão que temer, mas pessoas como eu e o sr. também, lamento dizer-lhe.


Cordialmente,


Carlos A. A. Ramos

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