O QUE É HIPERESTESIA FELINA?
Quem conhece gatos sabe que eles podem agir de modo peculiar ou meio “maluquinho”. Às vezes vêem coisas que não estão lá, começam a correr loucamente por nenhuma razão aparente e podem ir de anjos a demônios em um piscar de olhos.
Essas atitudes numa forma exagerada são componentes de uma síndrome conhecida como Hiperestesia Felina. Gatos afetados por essa síndrome demonstram as mais bizarras mudanças de comportamento, parecendo estar alucinando, agindo de forma maníaca, esquizofrênica ou até como se tivessem sido “possuídos”. A autora Pam-Johnson Bennett descreve em seu livro Psycho Kitty? um caso extremo de hiperestesia em que o animal na maior parte do tempo era super dócil, mas quando tinha os ataques, a agressividade era tamanha que nem permitia que sua dona entrasse na própria casa.
SINAIS CLÍNICOS
- Ataques repentinos de hiperatividade ou comportamento agressivo;
- Lambidas obsessivas pelos flancos ou cauda (possivelmente levando à perda de pêlos);
- Cauda a chicotear, fixação pela cauda, perseguir a cauda ou ataques viciosos à cauda;
- Pupilas dilatadas ou olhar estranho;
- Retesamento da pele do dorso (às vezes a doença é referida como “Rolling Skin Desease”);
- Aparentes alucinações – como perseguir coisas que não existem ou fugir de adversários que também não estão lá;
- Vocalização, choro, miados altos;
- Extrema sensibilidade ao toque (hiperestesia) ao longo do dorso;
- Repentinas mudanças de humor, variando de muito dócil a extremamente agressivo;
- Todos ou qualquer dos sinais acima progredindo para convulsões;
- Ataques ocorrendo constantemente, todos os dias.
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POSSÍVEIS CAUSAS
A síndrome tende a se manifestar pela primeira vez em gatos adultos. Ninguém realmente sabe quais são as causas, mas existem algumas possibilidades:
- Como alguns gatos desenvolvem, durante ou após os ataques, convulsões, é possível que a condição apareça como resultado de aberrações da atividade elétrica nas áreas do cérebro que controlam as emoções, a auto-limpeza ou comportamento predatório. Para fundamentar essa explicação, alguns gatos afetados respondem a terapias anti-convulsivas (anti-epilépticas).
- A doença pode também ser uma forma do transtornoobsessivo-compulsivo. A natureza aparentemente compulsiva dos comportamentos apresentados e a resposta positiva a medicamentos que tratam transtornos obsessivos dão suporte a esta explicação.
- Uma tendência herdada para comportamentos maníacos precipitados pelo estresse. Certas raças, as orientais principalmente (siamês, birmanês,do Himalaia e da Abissínia) , são mais suscetíveis à síndrome e a sua manifestação parece estar ligada ao estresse.
- Alguns gatos afetados foram diagnosticados com lesões patológicas nos músculos ao longo do dorso. Supõe-se que as lesões possam causar irritação local, sensibilidade alterada e/ou dor.
DIAGNÓSTICO
Não existe um teste definitivo que confirme a síndrome. Se o caso clínico bate com as descrições feitas acima, o diagnóstico é confirmado pela exclusão de possíveis causas médicas e por uma resposta positiva ao tratamento da síndrome. Para isso, o seu veterinário deve obter um cuidadoso histórico comportamental do seu gato, fazer um exame físico completo, pedir um exame de sangue completo e o nível hormonal da tireóide (T4). Sintomas clínicos que podem ser confundidos com a hiperestesia incluem o hipertireoidismo(hiperatividade da glândula tireóide), traumas e infecções cerebrais, tumores no cérebro, alguns tipos de envenenamento, grave infestação de parasitas na pele, deficiências nutricionais e alergia severa.
TRATAMENTO
Melhore o ambiente em que o gato vive para minimizar o estresse (estresse pode ser – provavelmente é – um fator em cada expressão da síndrome). Recomendações incluem:
- Promova exercícios diários para o gato através de brincadeiras utilizando a grande variedade de brinquedos que existem no mercado para os bichanos, assim como simular situações de caça, o que aumenta a autoconfiança do gato e libera endorfinas, fazendo-o se sentir bem.
- Não se esqueça de alimentar o seu gatinho e estabeleça horários.
- Considere arranjar outro gato para fazer companhia e brincarem juntos.
- Faça a vida ser interessante para o seu gato! Passe mais tempo com ele e faça o ambiente em que ele vive o seu playground. Gatos gostam de subir em lugares altos, então providencie locais altos para ele se “empoleirar” ou compre “arvores de escalada” posicionadas estrategicamente para ele ter uma boa visão do mundo, mas certifique-se de que eles estarão seguros.
TERAPIAS ANTI-OBSESSIVAS E ANTI-DEPRESSIVAS
As drogas desse tipo de tratamento elevam os níveis de Serotonina . No cérebro, essa substância estabiliza o humor e tem efeitos anti-obsessivos e que controlam a agressividade. Essas drogas demoram um pouco para fazer efeito. Geralmente não se tem resultados nas primeiras 3 semanas. Depois disso, os donos podem perceber uma redução de 50% na incidência e severidade nos ataques da síndrome. A cura completa é rara e a maioria precisa se submeter a um longo à medicação para suprimir a síndrome. Mas isso não é um problema, pois as doses empregadas são pequenas, não saindo caro, e complicações médicas são raras. Mesmo assim, o gato deverá passar por check-ups, incluindo um hemograma apropriado, pelo menos uma vez por ano.
TERAPIA ANTI-CONVULSIVA
Quando o tratamento acima é ineficaz, anti-convulsivos podem ser testados. É possível combinar os tratamentos, se necessário.
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